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O princípio da indução matemática é uma técnica poderosa para tratar com tipos de dados que exibem uma relação de boa ordem. Uma relação de boa ordem é aquela em que cada subconjunto não-vazio do tipo de dado possui um elemento mínimo de acordo com essa relação.
Um exemplo clássico que ilustra essa propriedade é o conjunto dos números naturais, representado por
Para compreender melhor esse princípio, considere a seguinte situação:
Imagine uma fila de dominós alinhados, e seu objetivo é derrubar todos eles. Para garantir que você alcançará esse objetivo, é necessário estabelecer duas condições:
I. O primeiro dominó deve ser derrubado em direção aos demais.
II. Se um dominó estiver suficientemente próximo do próximo na fila, derrubá-lo fará com que o dominó vizinho também seja derrubado.
Assumindo que a primeira condição (I) seja válida, podemos afirmar que o primeiro dominó será derrubado. Em seguida, assumindo que a condição (II) seja válida, o segundo dominó será derrubado, e assim por diante. Para qualquer número natural
Portanto, podemos concluir que, para qualquer número natural n maior ou igual a 1, o dominó n-ésimo será derrubado. Esta afirmação é a base do Primeiro Princípio da Indução Finita, frequentemente abreviado como PIF-I. A condição (I) é denominada de “base de indução”, enquanto a condição (II) é conhecida como “passo indutivo”.
Princípio da Indução Finita
O Princípio da Indução Finita, abreviado como PIF-I, é uma poderosa ferramenta na matemática para provar proposições que envolvem conjuntos de números naturais. Ele opera da seguinte maneira:
Suponhamos que temos uma proposição p(n) que desejamos provar para todo número natural n pertencente ao conjunto M, onde
I. Primeiramente, devemos demonstrar que a proposição
II. Em seguida, precisamos mostrar que, assumindo que a proposição é verdadeira para algum número
Se ambas as condições (I) e (II) forem atendidas, podemos concluir que a proposição
Em essência, o PIF-I nos fornece uma estratégia eficaz de prova chamada de prova por indução. Começamos estabelecendo a validade da proposição para um valor inicial (base indutiva) e, em seguida, demonstramos que, se a proposição é válida para algum número
Essa técnica é especialmente útil quando lidamos com propriedades que seguem uma espécie de padrão ou sequência, como é frequentemente o caso em problemas matemáticos. Ela se relaciona com o conceito de “boa ordem” mencionado na resposta anterior, pois ajuda a estabelecer a validade de proposições para todos os elementos de um conjunto ordenado, como os números naturais.
Exercício 1
Prove por indução que
Passo 1: Base da indução (n = 0)
Primeiro, verificamos se a afirmação
Claramente,
Passo 2: Hipótese da indução
Suponha que a afirmação
Passo 3: Passo da indução
Agora, precisamos mostrar que a afirmação
Vamos simplificar a desigualdade do lado direito:
Agora, podemos comparar o lado esquerdo com o lado direito da desigualdade:
Agora, subtraímos
Subtraindo 2 de ambos os lados:
Como já sabemos que
Portanto, para
Isso conclui o passo da indução.
Conclusão
Com base na base da indução (Passo 1) e no passo da indução (Passo 3), podemos concluir que a afirmação
Exercício 2
Prove por indução que
Para provar por indução que
Passo 1: Base da indução (n = 4)
Primeiro, verificamos se a afirmação
Simplificando:
Claramente,
Passo 2: Hipótese da indução
Suponha que a afirmação
Passo 3: Passo da indução
Agora, precisamos mostrar que a afirmação
Vamos começar com o lado esquerdo da desigualdade:
Agora, usando nossa hipótese de indução (Passo 2), sabemos que:
Multiplicando ambos os lados por 2:
Simplificando:
Agora, vamos considerar o lado direito da desigualdade:
Multiplicando ambos os lados por 2:
Agora, podemos comparar o lado esquerdo com o lado direito da desigualdade:
Isso conclui o passo da indução.
Conclusão
Com base na base da indução (Passo 1) e no passo da indução (Passo 3), podemos concluir que a afirmação